quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Clima já mudou, e adaptação é urgente...

Publicação compartilhada da AGÊNCIA BRASIL (EBC), de 26 de fevereiro de 2023 

Clima já mudou, e adaptação é urgente, afirmam especialistas

Ação humana leva à mais rápida trajetória de aquecimento em 2 mil anos

Por Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A ação humana acumulada desde a Revolução Industrial, nos séculos 18 e 19, já produziu mudanças significativas no clima global, e adaptar moradias e cidades a essa realidade é uma necessidade que precisa de respostas urgentes, avaliam ambientalistas e pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil. Eventos extremos, como as chuvas que deixaram mais de 50 vítimas no litoral norte de São Paulo durante o carnaval, tendem a ser mais frequentes, e o poder público precisa agir para reduzir a vulnerabilidade das populações a esses cenários, destacam.

Nos últimos anos, recorrentes alertas dos pesquisadores do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) indicaram que a influência humana levou o planeta à trajetória de aquecimento mais rápida em 2 mil anos e já produziu uma temperatura média que supera o período pré-industrial em mais de 1 grau Celsius (°C).

Especialistas estimam que a temperatura global pode subir 1,8°C até 2100, mesmo se forem cumpridas todas as metas estabelecidas em 2015 pelo Acordo de Paris, firmado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Sem o cumprimento de tais metas, cenários devastadores para a biodiversidade podem se concretizar com o aquecimento de até 3°C. 

Mas, além da extinção de espécies e do desequilíbrio de ecossistemas, os pesquisadores alertam que o aquecimento tornará mais frequentes episódios como temporais, inundações, secas e ondas de frio e calor. No Brasil, tais problemas atingirão em cheio cidades desiguais e com problemas de infraestrutura, sistema de geração de eletricidade dependente do regime de chuvas e economia que tem a agropecuária como setor de peso.

Eventos extremos

Estudiosa do tema e presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell é categórica ao alertar que "não existem catástrofes naturais nas cidades brasileiras". A avaliação da pesquisadora pode causar estranhamento diante de recorrentes eventos com dezenas e até centenas de vítimas, mas ela esclarece que nada disso é natural.

“É absolutamente catastrófico quando se sabe dos riscos climáticos e não se prepara para reagir, ou se prepara mal. Não há nenhuma naturalidade em desastres quando estamos falando de um ambiente urbano", diz. "As mudanças climáticas têm, sim, um papel ao exacerbar esses riscos e exigem uma preparação maior. Ainda assim, pode haver danos residuais. Mas o que determina se vai ter tragédia, ou não, é como nós, humanos, nos preparamos para isso."

A tempestade que atingiu as cidades paulistas na última semana foi a mais intensa já registrada por serviços meteorológicos no Brasil, com acumulado de 682 milímetros (mm) em 24 horas, segundo o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden). Isso equivale a dizer que, em cada metro quadrado da área mais atingida pelo temporal, caíram, em média, 682 litros de água da chuva -- mais que a metade do volume de uma caixa d'água de mil litros em cada metro quadrado da cidade de Bertioga, onde a marca foi registrada. Em São Sebastião, município vizinho, o índice pluviométrico chegou a 626 mm em 24 horas.

O recorde anterior de temporal mais intenso tinha sido registrado há apenas um ano, quando a cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, foi inundada por 531 milímetros de chuva em 24 horas. A enxurrada deixou mais de 200 vítimas e devastou localidades como o Morro da Oficina, onde 90 pessoas morreram.

Natalie Unterstell lembra que os temporais já são o principal motivo de decretos de calamidade ou estado de emergência em municípios brasileiros e tendem a se tornar mais frequentes principalmente no Sudeste e no Sul do país. "Todos os cenários de mudança do clima apontam o aumento das chuvas, principalmente nos verões, para além do que se tinha faturado para construir nossas cidades e nossas casas. Essas tempestades vão ter papel preponderante nessas regiões nas próximas décadas", afirma.

A pesquisadora destaca que não existe mais a possibilidade de um cenário climático que não vá exigir adaptação nos próximos anos. O que está em jogo é quão drástica precisará ser a adaptação. "Será a 1,5°C, a 2°C, ou a 3°C? Quanto mais emissões, mais riscos e mais necessidades de adaptação."

"Temos ameaças muito diferentes projetadas para cada região do país. O que os modelos de mudança do clima nos informam é que, em geral, as regiões Norte e Nordeste vão ter um ressecamento maior, com menos chuvas e dias mais secos. São regiões em que as vazões de rios ficam comprometidas por isso. No Sul e Sudeste, é o contrário. Os modelos projetam para as próximas décadas aumento no volume das chuvas", explica. "O Centro-Oeste se destaca como a região que deve ter o maior aumento de temperatura. A depender do grau de aquecimento global, chegando a 3°C na média da temperatura global, a região não vai elevar só 3°C, mas muito mais do que isso, e é uma região já muito quente."

O secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, ressalta que houve uma sucessão de eventos extremos nos últimos anos, incluindo temporais no Recife, na Bahia e no norte de Minas Gerais. Segundo Astrini, a comprovação de que um evento específico está relacionado às mudanças climáticas é uma conclusão que nem sempre fica clara, mas o acúmulo de eventos como esses já é considerado consequência das alterações no clima por especialistas.

"Estamos vendo isso de forma contínua no Brasil e ao redor do mundo também. No ano passado, o Paquistão ficou com um terço do país totalmente submerso por enchentes recordes. No mesmo período, entre a Etiópia e o Quênia, houve seca recorde. Então, já estamos vendo um comportamento de clima extremo que, no Brasil, está trazendo alguns momentos de seca, mas muita chuva", diz. "Os temporais causam essa tragédia imediata, com deslizamentos que têm um custo em vidas que é muito mais mensurável, mas a questão da seca no Brasil tem impacto também preocupante. O Brasil é um país muito dependente das chuvas, principalmente por conta da geração de energia elétrica. Podemos ter crises hídricas, energéticas e na agricultura."

Racismo ambiental

A previsão dos pesquisadores é que esse problema de escala global terá como principais vítimas aqueles que já acumulam outras vulnerabilidades sociais, como menor acesso à saúde, a moradias seguras, a empregos formais e a infraestrutura urbana. Por outro lado, são elas as pessoas que menos contribuíram para o aquecimento global, afirmam especialistas.

"As populações mais expostas são as mais pobres. É a população preta, é a população periférica, é a população que sofre mais com desigualdade social e com racismo. E são as mulheres, principalmente. As mudanças climáticas são uma fábrica de gerar pobreza e desigualdade social", destaca Astrini.

"E o mais cruel de tudo isso é que essas pessoas são as que menos contribuem para o problema. Quem mais contribui com o problema é quem pode sair de helicóptero da Barra do Sahy [SP]. Quem polui o planeta são as pessoas mais ricas, e essas pessoas vão se adaptar mais facilmente. Elas perdem a casa, recebem o seguro e compram uma casa de praia em outro local. E as pessoas que consomem menos e têm uma pegada menor de carbono ficam com a maior parte da conta."

Natalie Unterstell acrescenta que crianças e idosos também estão entre os grupos vulneráveis e concorda que as classes sociais de menor renda serão mais afetadas por terem menos recursos para se proteger e reagir a eventos climáticos extremos. Nesse contexto, a desigualdade racial também é um fator a ser considerado, diz a pesquisadora.

"É importante lembrar de algo que é chamado na literatura de racismo ambiental, que é muito presente na nossa realidade. As pessoas pobres, em geral, são pretas, pardas e indígenas nos centros urbanos, e essas populações são atingidas em cheio por estarem habitando áreas de risco. E isso se torna ainda mais complicado para crianças e idosos, porque eles têm mais dificuldade para fugir, nadar", lembra a pesquisadora.

"Ao pensar na gestão desse risco, é preciso pensar nesses grupos sociais."

Adaptação Climática

O professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia – da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcos Freitas lembra que, em 1994, a defesa de sua tese de doutorado, na França, foi marcada por uma discussão acalorada de mais de três horas com um pesquisador que não acreditava nas mudanças climáticas.

"Deu um trabalho danado, mas, por fim, eu fui aprovado. Passados 30 anos da minha tese de doutorado, eu não tenho a menor dúvida de que o que está acontecendo agora é efeito desse 1,1°C a mais que a gente já está em relação à média de 1850 a 1900. Para cada 1°C a mais, a gente tem 7% a mais de evaporação no ciclo hidrológico, e isso causa chuvas mais intensas e eventos extremos", diz o geógrafo, que coordena o Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais da Coppe/UFRJ.

Professor de duas disciplinas que discutem mudanças climáticas e vulnerabilidade climática na pós-graduação da UFRJ, Freitas diz que a engenharia precisa se debruçar com mais afinco sobre o tema para elaborar soluções inventivas e que o poder público aja sem demora para reduzir os riscos e proteger a população de um cenário que tende a se agravar.

"É importante que as políticas públicas que têm que atender a várias coisas, como problemas graves de distribuição de renda, de geração de emprego, de oferta de residências e saúde, comecem a ter um viés de adaptação à mudança do clima", defende.

Entre as prioridades, Freitas sublinha o número de cerca de 10 milhões de pessoas que vivem em áreas de risco, segundo estimativa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) com base em dados do Censo 2010. Freitas calcula que o investimento para garantir moradias seguras para essa população pode estar na casa de dezenas de bilhões de reais.

"Se considerarmos cinco pessoas por residência, são 2 milhões de residências. Se o custo de cada residência for de R$ 200 mil, estamos falando de R$ 50 bilhões. Pode parecer muito, mas, se dividirmos em 5 anos, são R$ 10 bilhões por ano. E, se for em 10 anos, são R$ 5 bilhões por ano. Isso é muito pouco perto do resultado que daria de geração de emprego e renda no Brasil e de melhoria da qualidade de vida das cidades e das pessoas", afirma. "Esse programa poderia ser vinculado a uma agência multilateral importante, como o Banco Mundial, para não ter problemas de governança e poder passar de um governo para o outro independentemente de eleições."

Para o geógrafo, que é especialista em economia do meio ambiente, o governo federal precisará disponibilizar recursos e ter um papel de liderança e interação internacional para facilitar o processo. Cada um à sua maneira, os entes da federação vão precisar contribuir para a adaptação climática.

"Os estados têm muita responsabilidade e podem ajudar. Estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo têm muitos recursos de royalties de petróleo e precisam se preocupar com a transição energética para fontes renováveis. Nada mais justo que esses lugares com acesso a tais recursos usem parte deles na adaptação às vulnerabilidades", diz o professor.

"São os municípios que definem as políticas de ocupação e uso do solo, principalmente urbano. É importante também que tenham mapas bem feitos de áreas de risco e sistemas de alerta organizados."

Márcio Astrini defende a realização de um estudo aprofundado em cada área de risco para avaliar onde soluções de engenharia podem evitar novos desastres e de onde a população precisará ser removida para locais seguros, com emprego e vínculos sociais garantidos.

"Dentro dessas soluções de engenharia, há medidas imediatas, como o treinamento dos municípios, a capacitação das defesas civis, a contratação de equipamento, a implantação de sirenes. Tem muita coisa que pode ser feita até chegar a obras mais pesadas ou remoções." Astrini diz que, no plano federal, o governo precisará criar linhas orçamentárias para essa adaptação. “Os desastres em massa são uma nova realidade, em que os governos precisam inventar novas formas de lidar, principalmente novas formas orçamentárias."

Edição: Nádia Franco

Texto e imagem reproduzidos do site: agenciabrasil ebc com br

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Quantos países existem atualmente?


Publicado originalmente no site da revista Super Interessante, em 04/07/2018

Quantos países existem atualmente?

Sudão do Sul e Montenegro são os mais novos países independentes

Por Marina Motomura

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem 193 países. Mas há algumas ausências nessa lista. As duas mais famosas são Taiwan, cuja independência não é reconhecida pela China, e o Vaticano, que, apesar de ficar de fora do cadastro da ONU, é “observador permanente” da entidade, status que dá direito a voto nas conferências. A Palestina também é um Estado observador. Além disso, a ONU não contabiliza possessões e territórios. A Groenlândia, por exemplo, fica de fora porque é território da Dinamarca.

Para ganhar a carteirinha de sócio, o país deve ter fronteiras definidas, sustentação econômica – uma moeda ajuda bastante – e soberania nacional. E ainda deve ser reconhecido pelos outros integrantes do clube. Mas a lista da ONU não é a única. Algumas associações esportivas também têm as suas. É o caso do Comitê Olímpico Internacional, com 206 membros, e da Fifa, que tem 209. Territórios como Aruba e Ilhas Cayman, não reconhecidos pela ONU porque pertencem, respectivamente, à Holanda e ao Reino Unido, integram as duas entidades.

Se você acha e tem muito país pra pouco mundo, saiba que isso é uma coisa relativamente nova: no início do século 20, havia apenas 57 nações. “Após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), o fim dos impérios austro-húngaro, na Europa, e turco-otomano, no Oriente Médio, fez com que surgissem novos países, como a Áustria e o Iraque”, diz a historiadora Maria Aparecida de Aquino, da USP. Décadas depois, a independência de ex-colônias da Ásia e da África dividiu mais o mapa. Nessa época surgiram Índia e Paquistão (1947) e Moçambique (1975), entre outros países. Na década de 1990, com o fim da União Soviética, o mundo ganhou outra leva de nações, como a Ucrânia e o Uzbequistão. E novas divisões ainda são traçadas em zonas de conflito. A Caxemira, na fronteira entre Índia e Paquistão, e a Chechênia, na Rússia, reivindicam a independência na ponta da baioneta. Os mais novos países reconhecidos pela ONU são Montenegro, ex-república iugoslava que ganhou status de país independente em 2006, e Sudão do Sul, que em 2011 conquistou sua independência do Sudão após uma longa e sanguinária guerra civil.

Texto e imagem reproduzidos do site: super.abril.com.br

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Inverno de 2017, no estado de Sergipe

Overland Amaral, coordenador do Centro de Meteorologia.
  Foto: Ascom/Semarh.

Publicado originalmente no site Comunicacao Vip, em 16 de agosto de 2017.

Inverno de 2017 é o mais rigoroso dos últimos seis anos em Sergipe

O inverno deste ano na região Nordeste, especialmente em Sergipe, está sendo o mais frio e chuvoso dos últimos seis anos, e não precisa ser especialista no assunto para perceber as características tão peculiares e inerentes à estação, que teve início oficialmente no último dia 21 de junho e finda já em 22 de setembro. De acordo com a sala de situação do Centro de Meteorologia de Sergipe, vinculado à secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), as condições climáticas deste inverno estão acima do normal e ultrapassaram as médias históricas para o período, mesmo antes do inverno ter começado.

“As chuvas tiveram início, na verdade, desde o final do mês de abril, conforme a nossa previsão climática. De lá para cá, as chuvas têm sido excedentes em mais de 20%. Em maio, o excedente foi de mais de 50%; junho 50%; e julho também em torno de 50%. Estamos em agosto, último mês de contribuição de chuvas para o estado. Mas esse mês também tem seu índice pluviométrico semelhante a abril. Na região do Litoral, adentrando o Agreste, nós temos um índice pluviométrico acumulado de 800 a 1100 milímetros (mm) até julho, extremamente acima da média. Da região Agreste para o Sertão, está em torno de 400 a 800mm; e no Alto Sertão de 400 a 550”, explicou o coordenador do Centro de Meteorologia, Overland Amaral.

Recursos hídricos

Ainda conforme Overland, as chuvas deste inverno foram suficientes para o reabastecimento dos recursos hídricos, em especial dos açudes e barragens. “Essas barragens que têm uma dupla utilização, tanto para a agricultura quanto para abastecimento humano, estão plenamente cheias e devem continuar assim até o final do inverno. Para a agricultura não teve ano melhor do que esse, porque houve chuvas suficientes para o desenvolvimento, principalmente, das culturas tradicionais como milho e feijão. Se espera uma grande safra decorrente desse inverno chuvoso”.

Temperaturas

As temperaturas também apresentam índices menores com relação aos anos anteriores, com médias entre 14ºC e 18ºC nas regiões mais elevadas do interior, como Agreste e Alto Sertão. “Hoje, em Aracaju, por exemplo, as temperaturas mínimas estão entre 20ºC e 21ºC. Normalmente, as temperaturas mínimas no litoral ficam em 24ºC e 25ºC. Isso vai continuar durante todo o mês de agosto, decorrente de circulações de frentes e de ventos frios que chegam do Sul. Essa chuva de hoje é típica de inverno, de escoamento de frente que chega a nossa região. A instabilidade continuará até o final do mês”, prevê.

Via ASN.

Texto e imagem reproduzidos do site: comunicacaovip.com.br

sábado, 9 de maio de 2015

Mistério de 'lago perdido' que desaparece anualmente...



BBC
08/05/2015.

Mistério de 'lago perdido' que desaparece anualmente intriga cientistas
Vídeo sobre o fenômeno foi visto 2 milhões de vezes no YouTube; não se sabe ao certo para onde vai a água.

Lucía Blasco
Da BBC Mundo.

Um vez por ano, um misterioso buraco absorve a água do "lago perdido" do Oregon, nos Estados Unidos, fazendo com que ele desapareça sem que ninguém saiba onde está indo parar.

É um caso estranho que há séculos intriga cientistas e que agora está chamando atenção após a publicação de um vídeo no YouTube por um jornal local.

O vídeo já foi visto mais de 2 milhões de vezes.

De acordo com os especialistas que estudaram o fenômeno, o desaparecimento do lago se deve a uma zona vulcânica onde se encontra.

"Não se sabe com certeza para onde a água vai, mas alguns pesquisadores apontam que ela cai por tubos de lava e se infiltra na rocha vulcânica, convertendo-se em um lago subterrâneo", disse à BBC Mundo Jude McHugh, porta-voz do Bosque Nacional de Willamette, onde fica o lago.

Mas, segundo ela, apesar de o lago estar desaparecendo agora, a água vai voltar no futuro. "É um fenômeno comum nesta época do ano, não devemos nos alarmar", afirma.

Túneis submarinos.

As erupções próximas ao local causaram a criação de tubos vulcânicos. Quando a larva emerge de um vulcão, a parte que fica no exterior se esfria ao entrar em contato com o ar, explica McHugh.
"A lava quente continua fluindo por debaixo da crosta terrestre, como se fossem túneis submarinos", disse a porta-voz do bosque.

Esse túneis carregam a água como se fossem um sistema de saneamento. "O lago se enche de água no inverno e depois seca por completo, convertendo-se em um pasto."

A grande pergunta sem resposta é: para onde vai a água do lago?

Ferro velho

É aqui que entra a teoria de um lago subterrâneo. Mas, até agora, ela não foi comprovada.
A especialista disse à BBC Mundo que houve várias tentativas (não autorizadas) de bloquear o buraco com peças de ferro-velho nos últimos anos.

O Serviço Florestal encontrou peças de carros, motores e outras sucatas no buraco que, presumivelmente, eram uma tentativa de parar a drenagem.

McHugh confirmou que, ainda que sejam casos isolados, é importante que as pessoas tomem consciência sobre o assunto.

"Isso é fortemente desaconselhado", diz McHugh.

"Se alguém conseguir tapar o buraco desta forma - o que a gente acredita ser muito improvável - só resultaria em uma inundação do lago e da estrada."

"Jogar lixo no lago não é a solução e é importante que as pessoas tomem consciência sobre a importância de respeitar nosso ecossistema."

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com/ciencia-e-saude

sábado, 4 de maio de 2013

Pedras que 'andam' e deixam rastro nos EUA

Pedra deixa rastro na Racetrack Playa, no Death Valley,
 EUA (Foto: Creative Commons/TravOC).

Pedras que 'andam' e deixam rastro intrigam turistas em vale dos EUA
Rochas que se movimentam por até 450 metros são alvo de pesquisas.
Fenômeno acontece no Death Valley, na Califórnia.

Um fenômeno misterioso atrai turistas a um parque na Califórnia, nos EUA. Na Racetrack Playa, em Death Valley, diversas pedras se movimentam e deixam um claro rastro no solo.
Uma vez no leito seco do lago, elas se movem – algumas “viajaram” por até 450 metros. Há também aquelas que se movimentam em pares, deixando dois rastros tão sincronizados que parecem ter sido feitos por um carro.
Segundo a Nasa (agência espacial americana), ninguém viu as pedras se movendo de fato, mas a mudança de posição e as trilhas que elas deixam têm intrigado cientistas desde os anos 1940.
“As explicações mais óbvias – ação de animais, gravidade ou tremores de terra - foram descartadas, deixando espaço para várias especulações ao longo dos anos”, afirma a agência em seu site.
Uma das teorias mais aceitas sugere que uma rara combinação de condições de chuva e vento é responsável pelo fenômeno. Segundo uma pesquisa, a chuva molha a superfície do solo, deixando-o firme, mas escorregadio, enquanto ventos fortes empurram as pedras.

Foto e texto reproduzidos do site: g1.globo.com/turismo-e-viagem

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Queda de Meteorito na Rússia (15/02/2013)

Meteorito deixa quase mil feridos e causa pânico na Rússia
Número foi informado por governador da região de Cheliabinsk.
Vítimas tiveram ferimentos causados por estilhaços de vidro.
Do G1, em São Paulo

Cerca de 950 pessoas ficaram feridas em consequência de um meteorito que atravessou o céu sobre a Rússia nesta sexta-feira (15), lançando bolas de fogo na direção da Terra, quebrando janelas e acionando alarmes de carros, afirmou o governador da região de Cheliabinsk, Mikhail Yurevich, citado pela agência pública Ria Novosti.

"O número de feridos é de 950", declarou o governador. O balanço anterior era de mais de 500 feridos na região, muitos deles por estilhaços devido à quebra das janelas. Muitos feridos foram tratados por cortes superficiais e hematomas causados pelos vidros quebrados, afirmou a polícia local à agência RIA Novosti.

O trânsito pela manhã foi detido subitamente na cidade de Cheliabinsk, nos Urais, enquanto o meteorito queimava parcialmente em sua queda ao ingressar na camada inferior da atmosfera sobre a cidade, iluminando o céu, segundo imagens exibidas pela televisão.

Os primeiros relatórios afirmaram que uma parte do meteorito caiu a 80 km da cidade de Satki, que fica 100 km ao oeste do centro regional, mas isto não foi confirmado oficialmente.
"Este meteorito foi um objeto bastante grande com uma massa de várias dúzias de toneladas", calculou o astrônomo russo Serguei Smirnov, do Observatório Pulkovo, em uma entrevista ao canal Russia 24.

Meteorito deixa feridos após cair em território russo

Moradores que estavam a caminho do trabalho em Chelyabinsk ouviram um barulho que parecia ser de uma explosão, viram uma luz forte e sentiram uma onda de tremor, de acordo com um correspondente da Reuters na cidade industrial, que fica a 1.500 quilômetros de Moscou.

O meteorito atravessou o horizonte, deixando um longo rastro branco em seu caminho que podia ser visto a até 200 quilômetros de distância, em Yekaterinburgo. Alarmes de carros soaram, janelas quebraram e telefones celulares tiveram o funcionamento afetado pelo incidente.

"Eu estava dirigindo para o trabalho, estava bem escuro, mas de repente veio um clarão como se fosse dia", disse Viktor Prokofiev, de 36 anos, morador de Yekaterinburgo, nos Montes Urais. "Me senti como se estivesse ficado cego pela luz", acrescentou.

Não foram relatadas mortes em consequência do meteorito, mas o presidente Vladimir Putin, que nesta sexta recebe ministros da Fazenda dos países do G20, e o primeiro-ministro Dmitry Medvedev foram notificados sobre os acontecimentos.

Não há informações sobre a relação da queda do meteorito com a passagem, nesta sexta, de um asteroide de 50 metros de comprimento a 27.700 km acima da superfície da Terra. A distância é menor do que a órbita dos satélites de comunicação.

Alguns veículos da imprensa chegaram a informar que uma chuva de meteoritos teria caído sobre os Urais.

Janelas de um centro esportivo ficaram destruídas após serem atingidas por meteoritos nos Montes Urais "Não foi uma chuva de meteoritos, mas um meteorito que se desintegrou nas camadas baixas da atmosfera", disse à agência "Interfax" a porta-voz do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, Elena Smirnij.

Elena acrescentou que a onda expansiva provocada pela queda do corpo celeste quebrou as janelas de "algumas casas na região".

O ministério das Situações de Emergência disse que os níveis de radiação na região não mudaram e que 20 mil socorristas foram enviados para ajudar os feridos e localizar os que precisam de ajuda.

Texto reproduzido do site: http://g1.globo.com